Dizem que tudo o que passei é drama ou hiperbolismo meu,
mas ninguém nunca tentou observar ou me entender, julgar é fácil, mas ajudar é
tão difícil assim?
Antes eu era uma garotinha feliz eu juro, mas a série de
coisas que me puxaram para baixo fizeram o que estar prestes a descobrir. Mas
antes vamos a série de coisas que foram capazes de causar tanto estrago.
Por onde eu deveria começar? Já sei, vamos pelo fato de
ter pais separados, bom, mas não é só pais separados, mas um pai que te rejeita
e estar sempre ausente, uma mãe que só atende as necessidades do marido, parece
hiperbolismo né? Mas ninguém sabe qual foi a última vez que tive um carinho
paterno ou materno, mas superei e seguir de cabeça erguida, e ai veio outro
problema, fui diagnosticada com anemia do tipo raro, onde fiquei fazendo vários
exames isso tudo aos 12 anos de idade, em seguida aos 17 diagnosticada com
pequenos cistos nas mamas que querendo ou não tinham acabado de crescer, e como
se não bastasse aos 20 anos outro diagnostico que parecia que Deus ou o destino
não queria minha felicidade, estava com AIDS. Transparecia para todos que
estava plena, estava bem ou como minha única amiga dizia “vida mais ou menos”,
apesar dela saber cada situação que passei, sentir ela se afastando quando à
contei que portava o soro positivo, essa parte da AIDS eu poderia dizer que a
culpa foi minha, porém não havia como eu assumir esse “erro” eu era virgem
ainda aos meus 20 anos, e o único jeito era por objetos perfuro cortantes
contaminados, e lugares frequente que eu iria com materiais compartilhados era
salão de beleza, mesmo assim a falta de informação de minha única amiga foi o
suficiente para afasta-la de mim por pura pressão e preconceito social e
querendo ou não por parte dela.
Bom até aí, eu tinha pais separados, três tipos de
patologias que causava danos ao meu corpo, e havia perdido uma amiga, ainda
acham que estou maximizando tudo? Ainda não acabei, mesmo com o vírus da AIDS
eu não havia me abatido por completo, ainda frequentava algumas baladas as
vezes, e foi quando aconteceu mais uma vez algo que o destino força meu sorriso
despencar com uma força gravitacional insuportável, fui estuprada por 4 caras
naquela noite, onde eu estava sozinha, completamente bêbada, pois não iria me
surpreender se entrasse em coma alcoólico ou uma cirrose, mas 4 homens me
pegaram a força, fizeram horrores comigo que não me atrevo a contar, e foi
quando pensei em me matar pela primeira vez, eu não tinha aquela comunicação de
mãe e filha, não tinha mais minha amiga, e não aguentava mas julgamentos
sociais, mas ainda assim, dei queixa na polícia, os meliantes foram presos, e
só depois do caso passado contei a minha mãe, sabe o que ela disse? “Você
procurou isso. ” Bom eu não procurei, eu só achei que podia fugir dos meus
problemas em balada já que não tinha com quem me divertir, mas ainda não
acabou, dois meses depois descobrir que estava gravida, é aquele estupro me
gerou uma vida, vida da qual eu não queria e sim, abortei, me julguem o quanto
quiser, mas eu não carregaria um filho gerado de uma brutalidade e muito menos
que portasse um vírus no qual a sociedade age com um preconceito enorme, não
deixei aquela vida crescer dentro de mim e sim, abortei, quase morri, pois
tomei um medicamento, e o bebe apodreceu dentro de mim, escapei da morte por
pouco, antes eu tivesse morrido, depois de uma curetagem, perdi tanto sangue
que perdi os movimentos dos membros inferiores, ou seja paraplégica eu estava.
Ainda acha injusto a sua vida? Olha a vida que levei. Reflita e agarre seus
dias como se fosse o último, infelizmente hoje é o meu último dia, e caso você
esteja lendo isso, seja tarde demais para me encontrar, pôs estarei em um lugar
melhor assim espero, mas antes de ir espero que realmente não desista de sua
vida tão fácil, se eu suportei tanto, você também pode, e caso não consiga, lembre-se
de mim e eu estarei com você, eu me chamo Anna Victine Javier Threedson, até a
próxima carta que encontrar, sim espalhei outras por ai, quem sabe assim algum
dia encontrem meu corpo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário